segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Ser diferente ou ser social? Eis a questão

Os dias se tornam cada vez mais agonizantes. A irritabilidade está numa taxa percentual cada vez mais crescente (não existe estatística para saber isso, mas considerei usar uma frase ao mesmo tempo científica e poética e que gera questões filosóficas).Por conta do incômodo causado por fatores que se  acarretaram ao longo da vida, está cada vez mais difícil administrar o tempo, tornar os dias mais produtivos e levar uma vida tranquila de verdade. O passado deixa cargas pesadas, marcas horríveis, pensamentos e sentimentos que são carregados por muito tempo. Talvez nunca mudem, talvez tenha que acontecer algo que coloque a vida a beira de um abismo para que nos sintamos obrigados a mudar de direção, esquecer-nos de tudo para continuarmos a viver.

Em todo tempo o peso da vida social, o peso da cultura, o peso da família, o peso da religião faz com que a vida se torne uma carga dura e pesada de carregar, enquanto deveria ser apenas vida, apenas viver. A vida se pauta em valores socioculturais, socioeconômicos, sociorreligioso. Tudo está baseado nisso. O ser humano pauta sua escolha nesses valores, para não ser ridicularizado, não ser pressionado, para agradarem os outros, para se igualarem aos outros, para não sofrerem o peso da exclusão social por ser taxado de anormal, diferente do social, esquisito, estranho. Tudo tem que ser conforme os costumes atuais, tudo tem que ser conforme a maioria é. Já não existe mais vontade própria e senso crítico quando essa vai contra a vontade da maioria ou do senso comum. Já não se vive mais, mas sim existe.

E por incrível que pareça ainda valorizamos o ser, mas esse novo ser é o ser bonito, o ser elegante, o ser totalmente educado, o ser feliz (ainda que para isso tenha que fingir um sorriso no rosto), o ser religioso, o ser rico, o ser bem vestido, o ser inteligente, o ser estudado, o ser...
Ah você é bonito ou ah você é feio. Ah você é evangélico. Ah você é estranho. Dizemos isso o tempo inteiro: você é isso, você é aquilo, você é assim e assado. Essa é a nova valorização do ser. Parece cruel? Na minha opinião é cruel sim.
Está cada dia pior, cada dia mais massacrante viver na sociedade assim. Parece que quem não é como a sociedade quer que seja não se encaixa nela.

E o pior é pensar que essa situação já tomou um lugar nos nossos valores e costumes de uma forma incrivelmente dominante que o próprio ser humano se obriga a viver conforme a sociedade vive. E ele próprio passa a se taxar como estranho e esquisito quando começa a deixar muitos valores próprios, costumes e hábitos para que seja aceito. Ás vezes o próprio ser humano se exclui, pois já carrega dentro de si o medo de ser taxado, mas quando ele enfrenta esse medo e se aproxima das pessoas mesmo assim, estas o discriminam de tal forma que ele se deixa ser influenciado pelos grupos e adere a forma de viver das pessoas que os compõem.

Tomamos rumos cada vez mais difíceis no convívio social. Moda, exaltação dos costumes comuns, jeitos de ser, isso tudo são coisas que só existem porque a maioria da sociedade quer assim.
E tem como não se conformar? Infelizmente não tem o que fazer pra mudar. Se somente uma pessoa muda, as outras continuam agindo assim. E a sociedade como um todo é impossível mudar.

Eu não me encaixo nesse mundo, eu não pertenço a esse lugar, vou morrer acreditando que não sou normal como a maioria é. Deixo registrado aqui que eu me odeio por ter que pautar a minha vida de acordo com os hábitos e maneiras da sociedade, tento ser diferente, mas isso já está enraizado no meu coração, não consigo mudar pelo medo de ser mais diferente do que sou. Não me conformo com o mundo desse jeito. Sou um tabu dentro de mim, mas quem liga? Esse é outro caso, ninguém liga pra isso, ninguém liga pra quem não quer viver como a sociedade vive, as pessoas simplesmente não querem alguém diferente do lado delas, para não parecerem ainda mais ridículas do que são por dentro.

Esse não é um simples desabafo, mas é uma questão que reflito praticamente o tempo inteiro. Quando vou tomar decisões na minha vida eu sempre penso em quais bases, em quais conceitos e valores estou me apoiando pra escolher o que é melhor pra mim. Geralmente percebo que são quase todos influenciados pela minha vida em sociedade e quando decido fazer o que realmente quero sou cruelmente criticada.

Há quem diga, e até mesmo eu em certas tomadas de decisões, que não leva em conta o que as pessoas vão falar, o que vão pensar e levam em conta apenas o que importa pra elas, o que as fazem felizes. Mas duvido que seja mesmo assim 100% de escolhas totalmente baseadas no que a pessoa quer e pensa e sem influência de outras opiniões.

O caso é que as pessoas se conformam. Se conformam com as pequenas influências que ela recebe. Mas eu me pergunto, tem como ser diferente? E sempre chego à mesma resposta: não tem como ser diferente a menos que queira ser excluído de grande parte dos grupos em que estão inseridos. E quem quer ser excluído? Quem quer estar sozinho? Acredito que ninguém e mesmo quem diz que gosta tem sempre algo pra fazer companhia seja animais, plantas ou até mesmo objetos (vai entender né, mas é assim, é impossível viver totalmente sozinho). 

E vocês o que acham desse tema que pode ser até bastante polêmico? 
Comentem aí e vamos bater um papo. 

Que Deus abençoe o seu dia e a sua semana.
Beijos, até o próximo post.



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